Equatorial Energia colocou à venda Concessionária de Saneamento do Amapá (CSA).

Mai 28, 2025 - 11:42
Mai 28, 2025 - 15:20
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Equatorial Energia colocou à venda Concessionária de Saneamento do Amapá (CSA).

A Equatorial Energia colocou à venda a Concessionária de Saneamento do Amapá (CSA), apurou o Valor. A operação, que está sendo conduzida pelo banco Bradesco BBI, faz parte de um movimento mais amplo de reestruturação do portfólio da companhia, que nos últimos anos diversificou suas áreas de atuação para além da distribuição de energia elétrica, de acordo com fontes que falaram na condição de anonimato.

 

A concessão do Amapá foi o primeiro passo da Equatorial no setor de saneamento. A empresa, que tem 80% do negócio, em parceria com o grupo Aterpa, com 20%, conquistou o contrato em um leilão em setembro de 2021, com uma oferta à época considerada agressiva e muito acima dos demais concorrentes.

ALAP CEEL

Na disputa, o consórcio ofereceu desconto de 20% nas tarifas dos usuários, mais o pagamento de uma outorga de R$ 930 milhões aos municípios, além de outros R$ 880 milhões em investimentos adicionais. Ou seja, além de concordar com uma menor receita, a empresa ofereceu um total de R$ 1,8 bilhão, fora os R$ 3 bilhões de investimentos inicialmente previsto para a universalização.

 

No setor, a percepção é que apesar dos avanços, o contrato vinha enfrentando dificuldades, principalmente para conseguir ampliar as unidades consumidoras de água, em uma região onde poços domésticos são comuns. Além disso, trata-se de um projeto desafiador: os indicadores de acesso a água teriam que subir de 36% para 99% em 11 anos de contrato, e os de esgoto, de praticamente zero para 90% em 17 anos.

 

Além disso, trata-se de um projeto desafiador: os indicadores de acesso a água teriam que subir de 36% para 99% em 11 anos de contrato, e os de esgoto, de praticamente zero para 90% em 17 anos.

Em 2024, a operação, que foi firmada em 2022, encerrou com prejuízo de R$ 201,9 milhões e uma receita operacional líquida de R$ 217,7 milhões. No primeiro trimestre deste ano, também houve prejuízo de R$ 58,9 milhões, com um faturamento de R$ 59,5 milhões.

Essa mudança de foco torna a CSA – uma concessão menor e isolada no Amapá – menos estratégica. A avaliação interna é de que a operação cumpriu seu papel como “laboratório” de aprendizado no setor, mas passou a demandar recursos diante da nova estratégia centrada na Sabesp.

Procurada, a Equatorial disse que está sempre atenta às oportunidades em suas áreas de atuação, mas não comenta sobre possibilidades específicas de negócios ou aquisições. Já o Bradesco disse que não comenta o assunto.

 

 

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